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segunda-feira, 25 de julho de 2022

O Pai da Rita

Por Flávio Dias



Último filme do Festival do Rio no Telecine traz a comédia “O Pai da Rita”. O filme ficou disponível por 24 horas no streaming ontem, 24 de julho. Em breve volta à grade em definitivo online e nos canais lineares da Rede Telecine. Aguarde o texto final sobre os 10 filmes do festival com a lista do melhor para o pior.

 


Roque e Pudim, compositores da velha guarda da Vai-Vai, partilham uma quitinete, décadas de amizade, o amor pela escola de samba e uma dúvida do passado: o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos. O surgimento de Ritinha, filha da dançarina, e as sombras do compositor Chico Buarque, ameaçam essa grande amizade.




Pela sinopse e trailer, parece que vem uma boa comédia. O filme com elenco de bons atores, começa bem, mas não entrega o que o público procura pela proposta apresentada: uma comédia leve e boas risadas. O longa começa com samba e termina em samba, mas seu recheio é seco, com poucas músicas, nem instrumentais há e demora para o embate na disputa quem é o pai da Rita. Aliás, inicia com mistério de uma mulher tirando fotos e volta para mais de 30 minutos ela aparecer novamente. Nesse tempo mostra Pudim, Ailton Graça em mais um papel de malandro chato e inconveniente, e Roque (Wilson Rabelo) em bares, improvisando um novo enredo para a escola Vai-Vai, encontro com amigos, papos, etc. Rita, interpretada por Jéssica Barbosa, só vai revelar para os dois por volta de quase 1 hora de filme. Apesar dessa demora, há boas cenas, como a conversa de Pudim com Neide (Elisa Lucinda), criticando o que se tornou o bairro de Bixiga, em São Paulo, críticas ao governo, a juventude que toma espaço dos mais velhos, como um novo compositor ganhando concurso da escola de samba. Uma das cenas mais interessantes da trama acontece dentro da igreja. O Padre Chiquinho (Eduardo Silva) reza a missa vestido como manda a tradição do povo africano.




A grande presença do filme de Joel Zito Araújo, fica com Léa Garcia, fazendo a Tia Neguita. Simplesmente arrasa com poucas, mas essenciais falas para a condução da trama. Não tem nenhuma cena dela que fica ruim. Brilha como uma mãe para todos.



Com elenco majoritariamente de pretos, a direção não decepciona, mas a trama não redeu a contento. Joel Zito Araújo teve boa intenção, mas ficou devendo em roteiro. A história já é bem batida, com uma filha procurando seu pai biológico, mas mostrando muito mais a dupla de compositores do que ela entrando no meio deles, o que acontece tardiamente. Este é o segundo longa de ficção dirigido por Zito. O anterior foi o excelente “Filhas do Vento”, que ganhou 8 dos 9 indicados no Festival de Cinema de Gramado de 2004, incluindo o Kikito pelo prêmio da crítica como melhor filme. No currículo tem os documentários “A Negação do Brasil”, ganhador de melhor roteiro no Festival de Cinema do Recife; “Meu Amigo Fela”, ganhador do prêmio especial do júri no Festival É Tudo Verdade; no Festival de Cinema de Natal, o documentário “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado” ganhou 2 prêmios.

 

O Pai da Rita

Sinopse: A amizade de Roque e Pudim é posta à prova com a chegada de Ritinha, filha da mulher que ambos amaram na juventude. Com ela, vem a questão: quem é o pai da garota?

Título Original: O Pai da Rita

Direção: Joel Zito Araújo

Roteiro: Joel Zito Araújo, Di Moretti

Gênero: Comédia

País: Brasil

Ano: 2021

Duração: 97 minutos

Produção: Casa de Criação Cinema, Globo Filmes, Telecine Productions

Distribuição Brasil: O2 Play

Disponível: Telecine / Globoplay

 


 

Fontes:

https://globoplay.globo.com/categorias/telecine-festival-do-rio/

https://www.imdb.com/title/tt11153132/?ref_=nv_sr_srsg_0

https://www.adorocinema.com/filmes/filme-297497/

https://globofilmes.globo.com/filme/o-pai-da-rita/

 

Imagens:

Site da Rede Telecine/Globoplay

Google Imagens

 

Vídeo:

YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=O9Ip97Ll4To

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