Por Flávio Dias
Último filme do Festival do Rio no Telecine traz a
comédia “O Pai da Rita”. O filme
ficou disponível por 24 horas no streaming ontem, 24 de julho. Em breve volta à
grade em definitivo online e nos canais lineares da Rede Telecine. Aguarde o texto final sobre os 10 filmes do festival
com a lista do melhor para o pior.
Roque e Pudim,
compositores da velha guarda da Vai-Vai, partilham uma quitinete, décadas de
amizade, o amor pela escola de samba e uma dúvida do passado: o que aconteceu
com a passista Rita, paixão de ambos. O surgimento de Ritinha, filha da
dançarina, e as sombras do compositor Chico Buarque, ameaçam essa grande amizade.
Pela sinopse e trailer,
parece que vem uma boa comédia. O filme com elenco de bons atores, começa bem,
mas não entrega o que o público procura pela proposta apresentada: uma comédia
leve e boas risadas. O longa começa com samba e termina em samba, mas seu
recheio é seco, com poucas músicas, nem instrumentais há e demora para o embate
na disputa quem é o pai da Rita. Aliás, inicia com mistério de uma mulher
tirando fotos e volta para mais de 30 minutos ela aparecer novamente. Nesse
tempo mostra Pudim, Ailton Graça em
mais um papel de malandro chato e inconveniente, e Roque (Wilson Rabelo) em bares, improvisando um novo enredo para a escola
Vai-Vai, encontro com amigos, papos, etc. Rita, interpretada por Jéssica Barbosa, só vai revelar para os
dois por volta de quase 1 hora de filme. Apesar dessa demora, há boas cenas,
como a conversa de Pudim com Neide (Elisa
Lucinda), criticando o que se tornou o bairro de Bixiga, em São Paulo,
críticas ao governo, a juventude que toma espaço dos mais velhos, como um novo
compositor ganhando concurso da escola de samba. Uma das cenas mais
interessantes da trama acontece dentro da igreja. O Padre Chiquinho (Eduardo Silva) reza a missa vestido
como manda a tradição do povo africano.
A grande presença do
filme de Joel Zito Araújo, fica com Léa Garcia, fazendo a Tia Neguita.
Simplesmente arrasa com poucas, mas essenciais falas para a condução da trama. Não
tem nenhuma cena dela que fica ruim. Brilha como uma mãe para todos.
Com elenco
majoritariamente de pretos, a direção não decepciona, mas a trama não redeu a
contento. Joel Zito Araújo teve boa intenção, mas ficou devendo em roteiro. A
história já é bem batida, com uma filha procurando seu pai biológico, mas
mostrando muito mais a dupla de compositores do que ela entrando no meio deles,
o que acontece tardiamente. Este é o segundo longa de ficção dirigido por Zito.
O anterior foi o excelente “Filhas do
Vento”, que ganhou 8 dos 9 indicados no Festival de Cinema de Gramado de 2004, incluindo o Kikito pelo prêmio da crítica como
melhor filme. No currículo tem os documentários “A Negação do Brasil”, ganhador de melhor roteiro no Festival de Cinema do Recife; “Meu Amigo Fela”, ganhador do prêmio
especial do júri no Festival É Tudo
Verdade; no Festival de Cinema de
Natal, o documentário “Cinderelas,
Lobos e um Príncipe Encantado” ganhou 2 prêmios.
O Pai da Rita
Sinopse: A amizade de Roque e Pudim é posta à prova com a
chegada de Ritinha, filha da mulher que ambos amaram na juventude. Com ela, vem
a questão: quem é o pai da garota?
Título
Original: O Pai da Rita
Direção:
Joel Zito Araújo
Roteiro:
Joel Zito Araújo, Di Moretti
Gênero:
Comédia
País:
Brasil
Ano:
2021
Duração:
97 minutos
Produção:
Casa de Criação Cinema, Globo Filmes, Telecine Productions
Distribuição
Brasil: O2 Play
Disponível:
Telecine / Globoplay
Fontes:
https://globoplay.globo.com/categorias/telecine-festival-do-rio/
https://www.imdb.com/title/tt11153132/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-297497/
https://globofilmes.globo.com/filme/o-pai-da-rita/
Imagens:
Site da Rede
Telecine/Globoplay
Google Imagens
Vídeo:
YouTube
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