Por Flávio Dias
William Tell (Oscar Isaac) é um ex-interrogador
militar que atuou na prisão de Abu Ghraib. Ficou preso durante 8 anos sempre
fazendo as mesmas coisas, a mesma rotina e gostava disso. Aprendeu a contar
cartas e quando saiu conheceu La Linda (Tiffany
Haddish) que oferece oportunidade de jogar com os melhores em um torneio.
Em um evento, Cirk (Tye Sheridan) o
reconhece e faz uma proposta de capturar e matar o líder da ação militar que
levou seu pai a se suicidar: Gordo (Willem
Dafoe) para se vingar. Mas Tell tenta convencer Cirk que matar Gordo será
uma péssima ideia.
Dirigido por Paul Schrader, o longa repassa a vida
de William Tell, percorrendo sua personalidade. Mas aparece uma mulher e um jovem
querendo vingança. Tell sai da cadeia para esquecer o passado, mas ele volta à
tona com o pedido de Cirk. Em um quarto embrulha com lençóis brancos todos os
móveis, em uma espécie de conservação da limpeza, e escrevendo sua história em
um caderno. Frio e calculista, aprendeu a contar as cartas mais por hobby do
que para ganhar fortunas, mesmo sendo convencido por La Linda para participar
de uma competição, indo de cassino em cassino para chegar à final. A relação
com Linda faz crescer um desejo de querer alguém e a aproximação com Cirk leva
a caminhos que não deseja.
Oscar
Isaac atuou perfeitamente como se fosse um assassino em
série (serial killer), apesar que não é um. A frieza em suas expressões leva a
crer nisso, mas fica claro que não é o objetivo da personagem. A condução de
Schrader é bem no estilo dos filmes de Martin
Scorsese, produtor do longa, com quem o diretor já contribuiu com roteiros
de filmes de sucesso como “Taxi Driver:
Motorista de Táxi” e “Touro
Indomável”, ambos indicados ao Globo
de Ouro. Shrader dirigiu “A Marca da
Pantera”, “Gigolô Americano”, “O Sequestro de Patty Hearst”, “O Dono da Noite”, “Temporada de Caça”, entre muitos outros. Concorreu ao Oscar de Roteiro Original em 2019 por “Fé Corrompida”. Em Cannes levou o
prêmio por “Mishima: Uma Vida em Quatro
Tempos”.
O tom adotado em “O Contador de Cartas” pelo diretor é
bom, mas deixa o filme meio lento. Ganha corpo e atenção quando mostra cenas
fortes e chocantes na prisão de Abu Ghraib com torturas praticadas pelo
exército dos EUA, em imagens angulares, passeando pelos corredores. É também aí
que se tem mais atenção sobre a trama e onde quer chegar. Uma das melhores
cenas é quando Tell confronta Cirk e dá um ultimato para desistir da vingança.
A cena final com Willem Dafoe, ator
que sempre está bem na tela, mesmo em papeis menores, deixa um suspense que não
demora a se revelar.
O que ganha atenção
também são algumas cenas chaves. O passeio de Tell em um jardim cheio de flores
e luzes com La Linda, além de uma bela imagem, com cores iluminando os dois e o
parque, traz uma mudança de atitude e decisões importantes para ele, mas não
dura muito. Para terminar, recomendo o filme como uma obra independente e com
direção bem caprichada e atuações que não vão deixar ninguém na mão.
O Contador de Cartas
Sinopse: William Tell é um ex-interrogador militar que se
torna um jogador de cartas e agora é assombrado por fantasmas de suas decisões
do passado.
Título
Original: The Card Counter
Direção:
Paul Schrader
Roteiro:
Paul Schrader
Gênero:
Policial, Drama, Suspense
País:
Estados Unidos, Reino Unido, China, Suécia
Ano:
2021
Duração:
111 minutos
Produção:
Focus Features, LB Entertainment, Astrakan Fim AB, Bona Film Group, Convergent
Media, HanWay Films, Enriched Media, On Two Twenty Entertainment, Redine
Entertainment
Distribuição
Brasil: Universal Pictures
Disponível:
Telecine Globoplay
Fontes:
https://globoplay.globo.com/o-contador-de-cartas/t/DqNbQvBJTz/
https://www.imdb.com/title/tt11196036/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://filmow.com/o-contador-de-cartas-t286835/
Imagens:
Site Rede
Telecine/Globoplay
Google Imagens
Vídeo:
YouTube
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