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segunda-feira, 28 de março de 2022

Oscar 2022: Ganhadores, tapas e emoções

 Por Flávio Dias

A noite de gala do cinema teve de tudo um pouco. De ganhadores a tapa no palco da maior premiação do cinema mundial. 8 indicados tiveram sucintas aparições na noite, que foram revelados antes do espetáculo começar. A maioria categorias técnicas. Foi justamente onde “Duna” mais apareceu nas premiações, levando 6 estatuetas das 10 indicações. O maior indicado levou apenas 1 Oscar para casa: “Ataque dos Cães” para a diretora Jane Campion, ganhou a única das 12 indicações. Houve ainda a primeira premiação para uma atriz negra e queer: Ariana DeBose levou de atriz coadjuvante para “Amor Sublime Amor”. Curiosamente, Rita Moreno ganhou o Oscar para a mesma categoria do filme na versão dos anos 60.

Imagem do tapa de Will em Chris no Oscar 2022

Mas foi o tapa de Will Smith em Chris Rock que realmente surpreendeu a todos. Tudo começou com uma piada de Rock sobre a cabeça raspada da mulher de Smith, a atriz Jada Pinkett-Smith, que tem uma doença chamada alopecia, uma infecção que causa a queda de cabelo. Fez comparação com a personagem de Demi Moore do filme “Até o Limite da Honra” (1997). A piada de mal gosto repercutiu e Smith subiu ao palco e deu um tapa na cara de Rock e ainda gritou “mantenha minha esposa fora da porra da sua boca”. Depois Denzel Washington foi conversar com o ator dizendo: “Em seu momento de maior grandeza, tome cuidado. É nessa hora que o diabo irá te procurar”, relatou Smith em seu discurso ao ganhar o prêmio de melhor ator. Ninguém sabe se foi uma treta entre amigos, mas há informações dizendo que ambos atores não se dão faz muito tempo. O certo é que o criador de “Todo Mundo Odeia o Chris”, teve seu pior momento na carreira. Segundo a polícia de Los Angeles, o ator não registrou queixa da agressão.



O grande vencedor da noite foi “No Ritmo do Coração” (CODA, 2021). Das 3 indicações levou as estatuetas para casa. Melhor filme, Melhor roteiro adaptado para Sian Heder, ator coadjuvante para Troy Kutsor, que fez o melhor discurso, emocionando todos com sua história. O pai do ator, que também era surdo, sofreu um acidente que deixou paraplégico do pescoço para baixo, ficando incomunicável com o mundo. O drama com toques de comédia é um filme redondo, com direção, roteiro e atuações em perfeita sintonia. Foi super merecido. Seu maior concorrente “Ataque dos Cães”, um dos grandes favoritos, não parece agradar a academia de hollywood. Uma rixa entre a Netflix com a organização do evento, talvez botou o filme de Campion a perder o prêmio máximo. Lembrando que é um filme independente comprado pela AppleTV+ (aqui é exibido pela Amazon Prime Vídeo). O certo é que a escolha não foi errada. “CODA” é um filmaço.

Elenco do melhor filme de 2022 no Oscar: CODA


Outro grande momento de emoção, foi a aparição de Liza Minnelli com Lady Gaga. Elas apresentaram o Oscar de Melhor Filme. Lisa está na cadeira de rodas devido a uma doença rara. Ela ganhou o Oscar de melhor atriz por “Cabaret”, que faz 50 anos, levando mais 7 prêmios em 1972. Outros filmes também apareceram para serem homenageados, como “O Poderoso Chefão” (1972) com o trio Francis Ford Coppola, Al Pacino e Robert De Niro no palco da premiação, também com 50 anos. “Juno” com 15 anos de estrada; com 20 anos “Homens Brancos não Sabem Enterrar”, entre outros.

Lady Gaga e Liza Minnelli no Oscar 2022
Imagem divulgação

No resto não houve grandes surpresas. Os premiados já eram cotados para ganhar nas suas categorias. Foi o caso de “Duna” com os prêmios técnicos, embora levou de fotografia. Na transmissão do Oscar 2022 no Globoplay, Fabio Porchat falou: “ganhou pelo chroma key”. O efeito com fundo verde que dá sensação que os atores estão realmente no deserto, como no filme, não merecia tal prêmio. Para filme internacional (o antigo filme de língua estrangeira) “Drive My Car” do Japão, o grande favorito, levou para casa a estatueta. Ainda houve o Oscar Honorário para Samuel L. Jackson e Danny Glover.


Confira os ganhadores do Oscar 2022:

Melhor Filme:

No Ritmo do Coração (CODA)

Melhor Direção:

Jane Campion por Ataque dos Cães

Melhor Atriz:

Jessica Chastain por Os Olhos de Tammy Faey

Melhor Ator:

Will Smith por King Richards: Criando Campeãs

Melhor Atriz Coadjuvante:

Ariana DeBose por Amor Sublime Amor

Melhor Ator Coadjuvante:

Troy Kotsur por No Ritmo do Coração

Melhor Roteiro Original:

Belfast

Melhor Roteiro Adaptado:

No Ritmo do Coração

Melhor Fotografia:

Duna

Melhor Edição:

Duna

Melhor Desenho de Produção:

Duna

Melhor Figurino:

Cruella

Melhor Som:

Duna

Melhor Cabelo e Maquiagem:

Os Olhos de Tammy Faye

Melhor Música Original:

Duna

Melhor Canção:

007 Sem Tempo Para Morrer

Melhor Efeito Visual:

Duna

Melhor Documentário:

Summer of Soul (... Ou, Quando a Revolução Não Pode Ser Televisionada)

Melhor Documentário Curta:

The Queen of Basketball

Melhor Animação:

Encanto

Melhor Curta de Animação:

The Windshield Wyper

Melhor Curta-Metragem:

The Long Goobye

Melhor Filme Internacional:

Drive My Car


Fontes:

Vídeo: Youtube

Imagens: Google

sexta-feira, 25 de março de 2022

Semana do Oscar: Ataque dos Cães

 Por Flávio Dias

Conta a história dos irmãos Burbank, fazendeiros de Montana. No caminho param em um restaurante, conhecendo Rose e seu filho. São maltratados por Phil, enquanto George consola a viúva, casando com ela e levando-a para a fazenda. Phil coloca o filho dela, o misterioso Peter, sob suas asas. Ao mesmo tempo tenta atrapalhar os dois, enquanto o irmão viaja a negócios.



Não é uma trama fácil de acompanhar. Tudo pela lentidão das cenas, o cenário melancólico, as personalidades das personagens são contadas bem devagar, com ar de mistério no ar. Benedict Cumberbatch, em sua segunda indicação ao Oscar, o primeiro foi “O Jogo da Imitação” (The Imitation Game, 2014), faz o duro Phil, um fazendeiro carrancudo, machão, que esconde sua verdadeira face. Ao contrário do irmão George, um homem mais calado, calmo e introspectivo, vivido por Jesse Plemons. O ator faz sua melhor atuação, embora já tenha um currículo com muitos filmes e com boas atuações. Chegando aqui com toda experiência de muitos anos. O papel de Kirsten Dunst é ainda mais difícil. Sua personagem Rose é fechada, alcoólatra e tem uma relação de dependência com o filho. Recebeu sua primeira indicação ao Oscar. Trabalhou muito na peça de piano que realmente toca em cena. Havia originalmente masterizado duas peças musicais, uma foi cortada. Para compor melhor as personagens, Kirsten e Cumberbatch não se falavam durante as filmagens, para terem conflitos reais na trama. Mas quem toma conta da melhor interpretação é Kodi Smith-McPhee: faz um rapaz sensível com suas artes, mas ao mesmo tempo revela segredos obscuros, como a dissecação de um coelho. Peter se torna o centro da trama. Assim como Kirsten, Kodi começou a atuar ainda criança com 10 anos e ela com 7 anos.

Thomas Savage autor de "The Power of the Dog"


Baseado no livro de Thomas Savage, “The Power of the Dog” foi lançado em 1967, o quinto livro do autor, o mais bem avaliado pela crítica. É considerado uma autobiografia, visto que o local da trama faz alusão onde viveu em Montana. Em entrevista, Jane Campion fala que a personagem Peter foi inspirada em Savage: “Ele veio para o rancho de maneira semelhante a Peter – sua mãe se casou com Ed Brenner, que na verdade é a inspiração para Phil Burbank”, revela contando também acreditar que Savage tinha um tio que o humilhava. Ela teve contato com fotos pessoais do autor, incluindo de um homem, que os herdeiros acreditam ser de Bronco Henry, o mentor por trás de que tanto Phil fala na trama. Thomas Savage era homossexual e lançou 13 livros, casado com autora Elizabeth Fitzgerald e teve 2 filhos. Ele morreu em 2003 no dia 25 de julho aos 88 anos.

A diretora Jane Campion


Jane Campion dirigiu o filme com o mesmo estilo que fez com “O Piano” (The Piano, 1993). As cenas são semelhantes, como o carregamento de um piano, imagens bucólicas, o enquadramento, até como os atores se comportam. Tudo parece igual de um filme para outro, quase 20 anos depois. Os locais das filmagens também aconteceram na Nova Zelândia, país de origem de Jane. É a sua segunda indicação ao Oscar na categoria melhor direção, ganhou de roteiro original justamente por “O Piano”, que teve mais 7 indicações ganhando ainda por melhor atriz para Holly Hunter e atriz coadjuvante para Anna Paquin, então com apenas 11 anos.

Benedict Cumberbatch caracterizado no filme


Kodi Smith-McPhee em cena no longa


É um excelente filme, com cenas belíssimas, uma trama intrincada e cheia de mistérios que só são revelados no final. Destaque para o elenco, a fotografia e a direção segura de Campion. Esse conjunto da obra faz o longa ser um grande sucesso. Tem enorme chance de levar a estatueta do Oscar para casa em muitas categorias. Aposto que vai ganhar pelo menos em seis.

Kirsten Dunst e Jesse Plemons


Para este ano, “
Ataque dos Cães” recebeu 12 indicações: filme, direção para Jane Campion, roteiro adaptado, ator para Benedict Cumberbatch, ator coadjuvante para Kodi Smith-McPhee e Jesse Plemons, atriz coadjuvante para Kirsten Dunst, desenho de produção, som, fotografia, edição e música original.

 

Ficha Técnica

Ataque dos Cães

Título Original: The Power of the Dog

Direção: Jane Campion

Duração: 126 minutos

País: Estados Unidos, Austrália, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia

Ano: 2021

Produção: Cross City Films, BBC Films, Max Films, See-Saw Films, New Zealand Film Commission, Bad Greek, Brightstar

Distribuição Brasil: Netflix

Disponível: Netflix



 


Fonte:

https://www.adorocinema.com/filmes/filme-274038/

https://www.imdb.com/title/tt10293406/?ref_=nv_sr_srsg_0

https://veja.abril.com.br/cultura/conheca-thomas-savage-autor-do-livro-que-inspirou-ataque-dos-caes/

Imagens:

Google

quinta-feira, 24 de março de 2022

Semana do Oscar: Curtas-metragens de documentário e animação

Por Flávio Dias

Poucos filmes curtas-metragens estão disponíveis nos streamings. Como não se pode ter todos os streamings, vi apenas 4 deles: 3 curtas documentários e um curta de animação.

 

Audible

Conta sobre de um time de futebol americano de surdos. O documentário segue a vida e história de Amaree, como ele perdeu a audição, seu melhor amigo e o seu pai que lhe abandonou. Tudo vai bem no curta, até que aparece o pai que largou as drogas e hoje é um missionário de uma igreja. Poderia focar apenas no time e seus jogadores.

 

Título Original: Audible

Direção: Matthew Ogens

Gênero: Documentário Curta-metragem

Duração: 39 minutos

País: Estados Unidos

Ano: 2021

Produção: Film 45

Distribuição Brasil: Netflix

Disponível: Netflix

 



Onde Eu Moro

Dirigido pelo brasileiro Pedro Kos, vivendo nos Estados Unidos desde a adolescência, mostra os moradores de rua nas cidades do estado da Califórnia. Muito interessante o curta documental que tem a parceria na direção de Jon Shenk. Qualquer cidade do mundo tem um grupo de pessoas vivendo nas ruas, com suas dificuldades, viciadas em drogas, querendo sempre um lugar seguro para morar e sonham com a volta para a família. O diretor vai levar um dos moradores para estar presente durante a premiação do Oscar no próximo domingo.

 

Título Original: Lead Me Home

Direção: Pedro Kos e Jon Shenk

Gênero: Documentário Curta-metragem

Duração: 40 minutos

País: Estados Unidos

Ano: 2021

Produção: Actual Films

Distribuição Brasil: Netflix

Disponível: Netflix

 



Três Canções Para Benazir

Em um acampamento no Afeganistão, o jovem Shaista sonha em dar uma situação melhor para sua amada Benazir. Ele tenta se alistar como soldado e acaba na colheita de papoula, sendo internado pelo vício da flor do ópio. Com apenas 22 minutos, o curta não parece um documentário devido a história contada. Um relato do que acontece com jovens analfabetos e sem futuro em um país como o Afeganistão. Falta profundidade e a direção é praticamente em um único espaço.

 

Título Original: Three Songs For Benazir

Direção: Elizabeth Mirzaei, Gulistan Mirzaei

Gênero: Documentário Curta-metragem

Duração: 22 minutos

País: Afeganistão

Ano: 2021

Produção: Netflix

Distribuição Brasil: Netflix

Disponível: Netflix

 



A Sabiá Sabiazinha

Divertido curta de animação produzido pela Aardman Animations, famosa produtora de stop-motion como “Wallace & Gromit”, “Shaun, o Carneiro”, “Por Água Abaixo” e recentemente “O Homem das Cavernas”. O curta conta a história de Robin, uma sabiá que acaba sendo criada por um grupo de ratos. Ela tenta se adaptar como eles, mas acaba entrando em confusões. Gillian Anderson, Bronte Carmichael e Richard E. Grant dublam as personagens feitas de massinhas de modelar.

 

Título Original: Robin Robin

Direção: Daniel Ojari, Michael Please

Gênero: Curta-metragem de animação

Duração: 32 minutos

País: Estados Unidos, Inglaterra

Ano: 2021

Produção: Aardman Animations

Distribuição Brasil: Netflix

Disponível: Netflix


quarta-feira, 23 de março de 2022

Semana do Oscar: Não Olhe Para Cima

Por Flávio Dias

Cientistas descobrem um grande cometa em rota de colisão com a terra e alertam sobre o perigo para a presidente dos EUA e as mídias. 

Cena do filme "Não Olhe Para Cima"

O filme é uma grande crítica aos negacionistas, aos políticos, as redes sociais e mídias televisivas. Os cientistas astrônomos Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) fazem uma jornada para alertar o eminente desastre prestes à acontecer. A presidente Orlean (Meryl Streep) não fica empolgada, em pré-campanha de reeleição. Ela chama o bilionário Peter Isherwell (Mark Rylance) para ajudar na missão. E ainda os cientistas dão entrevista para um telejornal que faz piada com as notícias. 

Os astrônomos em entrevista na TV 


O negacionismo à ciência, os memes nas redes sociais, o tratamento dado por políticos que visam seus próprios interesses, jornais banalizando fatos, as fakes news e bilionários querendo tirar proveito e ficarem ainda mais bilionários são os elementos do longa dirigido por Adam McKay. Podemos sim comparar com os fatos reais da pandemia. Parece que fatos e histórias evidenciados não são mais importantes. Tudo agora não passa de questões de ponto de vista. É uma guerra de quem está certo e errado. Provando que neste mundo falta credibilidade maior nos verdadeiros historiadores, cientistas e educadores. 

Jennifer Lawrence e Leonardo DiCaprio


 O filme recebeu críticas positivas e negativas, pelo seu estilo beirando mais para a comédia do que para seriedade do tema. Muitas vezes o cinema nos fez acreditar na destruição da terra, seja por cometas, desastres naturais, ou invasões alienígenas. O fato é que serve de alerta como nós estamos lidando com o planeta, principalmente os governantes e empresas super tecnológicas como as de Elon Musk, Jeff Bezos, Bill Gates e outros que já tem viagens turísticas espaciais. Um contrassenso devido os perigos que permeiam a sociedade, a população, como a falta de alimentos, ao desemprego crescente, a pobreza aumentando a cada dia no mundo. Isso sem falar nas guerras que invadem o território global, criando situações de povos migrando para outros países, o aumento do preconceito étnico, racial, além de violência sexual, principalmente com as mulheres e crianças, etc. 

Concorrendo nas categorias de Melhor Filme, Roteiro Original, Edição e Música Original no Oscar 2022, tem poucas chances de ganhar a cobiçada estatueta.


Curiosidades 

- O elenco é recheado por atores indicados e ganhadores do Oscar, mas nenhum recebeu indicação ao prêmio este ano.

- Jennifer Lawrence filmou a maioria de suas cenas com um dente quebrado e devido às restrições em vigor durante a pandemia de Covid-19, ela não conseguiu consertá-lo. O dente perdido foi adicionado na pós-produção.

- Às 20h45, a presidente Orlean pronuncia incorretamente o nome do Dr. Oglethorpe como Ogilvy. Ogilvy foi o nome do astrônomo em Guerra dos Mundos de H.G. Wells que primeiro vê o lançamento da invasão marciana.

- Para interpretar seu personagem de forma convincente, Leonardo DiCaprio conversou com a astrônoma e consultora cinematográfica Amy Mainzer. De acordo com Adam McKay, DiCaprio teve longas conversas sobre a verdadeira matemática por trás disso e realmente teve cerca de seis meses de educação de qualidade em dinâmica orbital.

- Foi ideia de Jonah Hill que seu personagem carregasse uma bolsa Birkin para todos os lugares, pois ele e os cineastas pensaram que daria um toque absurdo se o chefe de gabinete do presidente carregasse códigos nucleares em uma bolsa de US$ 30.000.

- Os departamentos de cabelo, maquiagem e figurino colaboraram para fazer o personagem de Leonardo DiCaprio parecer o mais sem graça e 'menos sexy' possível.

- O número de telefone fornecido para ligar para a paz de espírito (1-800-532-4500) é na verdade para a Hottest Talk Line da América, "onde garotas gostosas estão esperando para conversar".

- Adam McKay levou o Oscar para casa em 2016 pelo filme “A Grande Aposta” (The Big Short, 2015) na categoria Roteiro Adaptado. Também concorreu pelo filme como Melhor Diretor. Em 2019 recebeu 3 indicações por “Vice” (2018) para Melhor Filme, Diretor e Roteiro Original.


Ficha Técnica

Não Olhe Para Cima

Título Original: Dont Look Up

Direção: Adam McKay

Duração: 138 minutos

País: Estados Unidos

Ano: 2021

Produção: Hyperobject Industries, Bluegrass Films, Province of British Columbia Production

Distribuição Brasil: Netflix

Disponível: Netflix



 

Fontes:

https://www.adorocinema.com/filmes/filme-281330/

https://www.imdb.com/title/tt11286314/?ref_=hm_rvi_tt_t_1

https://www.netflix.com/br/

Imagens:

Google

Semana do Oscar: A Tragédia de Macbeth

Por Flávio Dias

Baseado na peça de William Shakespeare, “A Tragédia de Macbeth” é uma obra de arte na tela. O diretor Joel Coen trouxe a história de Macbeth que trama para assassinar o rei Duncan para fazer o seu próprio reinado, como as três bruxas profetizam no caminho da volta para casa depois de uma vitória durante a guerra. Ele conta com a ajuda da esposa para cumprir o desejo de ser o novo rei da Escócia.

Denzel Washington, Frances MaDormand e
Joel Coen no lançamento do filme
.

Não é um filme fácil de assistir. Tudo encenado como no teatro e em preto em branco, os diálogos e cenas são importantes para o longa. Ao mesmo tempo parece que tudo passa muito rápido. Por isso, é preciso muita atenção em cada detalhe. Destaque para a atuação perfeita de Denzel Washington. Faz um Macbeth na metida certa, com movimentos precisos e com um olhar de expressão bem condizente com a personagem. Não posso falar o mesmo de Frances McDormand. Sua atuação fica abaixo do esperado de outros trabalhos da atriz ganhadora de 4 estatuetas do Oscar, incluindo do ano passado por “Nomadland”. Isso em um filme dirigido pelo marido.



O filme, mesmo com jeito de teatro na tela, usa efeitos especiais de primeira linha e sem exageros como nos super-heróis que invadem os cinemas, streaming e TV. Os movimentos da câmera são bem diferentes do que costuma ser a direção dos irmãos Coen. Joel preferiu, em sua primeira obra sem a parceria do irmão Ethan, não usa os truques que sempre permearam seus trabalhos. Aqui resolveu cuidar de cada cena, cada gesto dos atores, do cenário da trama. Mesmo assim, só o telespectador mais aficionado nas obras de Shakespeare, vai entender cada ato. Os diálogos estão sempre presentes, quase interruptamente.

Outra característica muito forte no filme, é a excelente fotografia de Bruno Delbonnel, indicado 6 vezes ao Oscar. O preto e branco marca muito bem cada cena. Não é um filme obscuro, apesar da trama. É bem iluminado até mesmo em situações trágicas de morte. Uma escolha interessante para uma história de ambição, tragédias e morte.

Denzel e Frances em cena de Macbeth


O filme não tem muitas chances de ganhar nas três categorias que está disputando: ator, fotografia e design de produção. Ganhou poucos prêmios indicados nos eventos cinematográfico. Resta saber se no Oscar vai levar a cobiçada estatueta.

 

Carreiras



Denzel Washington é o ator negro mais indicado ao Oscar, conquistando sua nona indicação, sendo que ganhou duas vezes por “Tempo de Glória” (Glory, 1989) como melhor ator coadjuvante e melhor ator em “Dia de Treinamento” (Training Day, 2001). Ainda recebeu uma indicação de melhor filme como produtor em “Um Limite Entre Nós” (Fences, 2017). Com 67 anos, casado com Paulette Washington e pai de 3 filhos, é um dos melhores atores de uma geração. Interpretou várias personalidades reais no cinema como Malcolm X em “Malcolm X” (1992), Rubin Hurricane em “Hurricane: O Furacão” (The Hurricane, 1999), Steve Biko em “Um Grito de Liberdade” (Cry Freedom, 1987), entre outros. O maior número de indicações, até então, pertencia a Sidney Poitier com apenas duas, sendo que ganhou por “Uma Voz nas Sombras” (Lilies of the Field, 1963) e um Oscar Honorário em 2002, no mesmo ano que Denzel ganhou por “Dia de Treinamento”. Citou na premiação do seu amigo e admirador dizendo: “Quarenta anos eu tenho perseguido Sidney. Eles finalmente me dão. O que eles fazem? Eles dão a ele na mesma noite”. Halle Berry ganhou por “A Última Ceia” (Monster’s Ball, 2001) no mesmo ano, o primeiro Oscar para uma mulher negra como melhor atriz. Anteriormente somente Hattie McDaniel que venceu como melhor atriz coadjuvante em “...E O Vento Levou” (Gone with the Wind, 1939). Na categoria melhor atriz a primeira indicação foi para Dorathy Dandridge no filme “Carmen Jones” (1954) As posteriores a Dorothy somente foram indicadas. Poitier morreu no dia 6 de janeiro desde ano de insuficiência cardíaca e câncer na próstata aos 94 anos.




Joel Coen sempre trabalhou com seu irmão Ethan Coen. No total foram 25 filmes juntos na direção. Eles também produzem e escrevem seus próprios filmes. Tem 15 indicações, sendo 3 para direção, 2 para roteiro original, 5 para roteiro adaptado, 2 por edição, 3 para melhor filme. Ganhou de roteiro adaptado para “Fargo” (1996); melhor filme, direção e roteiro adaptado para “Onde os Fracos Não Têm Vez” (No Country For Old Men, 2007). Casado com Frances McDormand desde 1984, fizeram 5 filmes juntos.



Das 6 indicações de Frances McDormand ao Oscar, ganhou 3 por “Fargo” (1996) - o único dirigido por Joel -, “Três Anúncios Para Um Crime” (Three Billboards Outside Ebbling, Missouri, 2017) e “Nomadland” (2020). Eles adotaram Pedro no Paraguai, único filho do casal. Frances também é filha adotiva. A atriz virou figurinha fácil em prêmios, sempre com grandes chances de vencer seus concorrentes. Não foi indicada para o Oscar 2022.

 

Ficha Técnica

⭐⭐⭐⭐

A Tragédia de Macbeth

Título Original: The Tragedy of Macbeth

Direção: Joel Coen

Duração: 105 minutos

País: Estados Unidos

Ano: 2021

Produção: A24, IAC Films

Distribuição Brasil: AppleTV+

Disponível: AppleTV+

 




Fontes:

https://www.imdb.com/title/tt10095582/?ref_=hm_rvi_tt_t_7

https://www.adorocinema.com/filmes/filme-273063/

https://tv.apple.com/br?ctx_brand=tvs.sbd.4000&l=pt

 

Imagens:

Google

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