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quarta-feira, 27 de abril de 2022

BBB 22 acabou e não vai deixar saudades

Por Flávio Dias



Ontem, dia 26 de abril, acabou o a 22ª edição do Big Brother Brasil na TV Globo, consagrando Arthur Aguiar campeão, Paulo André em segundo lugar e Douglas Silva na terceira colocação. Não vai deixar saudades. Pouco se salva nesta edição. Participantes em sua maioria ruins, provas lentas e demoradas sem grandes dinâmicas e criativas, campeão sem carisma. Nem tudo foi ruim. Dentro da casa a participação da Linn da Quebrada, ou melhor, Lina Pereira (a minha favorita para ter levado o prêmio), Jessi e Pedro Scooby foram os destaques entre os 22 participantes. O novo apresentador do reality show Tadeu Schmidt deu o seu tom para tentar salvar o programa. Paulo Vieira e Dani Calabresa foram os pontos altos trazendo humor afiado.

Arthur Aguiar venceu o BBB22
Foto: TV Globo/divulgação

O campeão Arthur Aguiar ganhou mais fora do que dentro da casa. Casado com a “coach” de emagrecimento Maíra Cardi, ex-BBB, puxou os votos massivos. A própria admitiu que contratou 50 pessoas para o seu marido ser o campeão em entrevista ao vivo pós-saída dele da casa: “Sua equipe inteira foi demitida. Demiti todo mundo, mas sobraram algumas pessoas. Quando você voltar, vai ter que conhecer 50 pessoas novas na sua equipe”. Isso mostra a força do dinheiro para ganhar um programa. Nas redes sociais já haviam acusações que Maíra estaria pagando influencers, colunistas e jornalistas que cobrem o programa para fazer de Arthur o campeão. Com votação massiva, sem limite por CPF, fica claro que isso possivelmente aconteceu. Pelo menos é o que dá margem de entendimento, levando em conta a frase dela dita no programa comandado por Rafa Kalliman. Também houve outras polêmicas, como a troca de farpas entre Maíra Cardi e Luana Piovani: causaram mais do que os participantes dentro da casa.

Tadeu Schmidt o novo comandante do BBB
Imagem: TV Globo/divulgação

Do início ao fim, a tragédia estava sendo desenhada. Com elenco mais apático, a direção do programa tentou fazer o show ser melhor do que aparecia na tela. Mas alguns acontecimentos mexeram com o reality: o balde na cabeça de Natália levando a expulsão de Maria; Tiago Abravanel abandonando a disputa ao apertar o botão de desistência; liderança de Lina dado por Scooby, Paulo André e Douglas Silva; os quadros de Dani Calabresa no “C.A.T. BBB”; do Paulo Vieira com os eliminados no “Big Terapia”; “O Brasil Tá Vendo” foram a salvações pontuais durante os 100 dias. De resto foi um desastre total. Tanto que Tiago Abravanel, em seu show agora em abril, falou que o BBB flopou (fracassou). Ora, Tiago, você contribuiu com o flop. As redes sociais não perdoaram as cenas flopadas. Um meme um atrás do outro. Com certeza Abravanel teve os melhores memes dessa temporada. Além disso, a “Casa de Vidro” teve dinâmica pobre (votação para entrar ou não na casa) entre Gustavo e Larissa, “Quarto Secreto” enfadonho com Arthur escolhendo o que os brothers teriam ou não. A volta dele para a casa foi completamente sem emoção. Não repetiu o efeito de Gleici do BBB18. Aliás, a direção fez péssimas escolhas de dinâmicas. Todas bem mal elaboradas e nada de novidades para qualquer um participante e para o público. Boninho e Rodrigo Dourado, diretores do BBB, não souberam inovar, usando provas de outras edições, em sua maioria sonolentas, demoradas e sem emoção. Foi a edição que teve só homens na final. Linn da Quebrada, Natália e Jessi foram as últimas mulheres a saírem da casa. E também do grupo Camarote (famosos), que desde 2020 participam do programa. O último do grupo Pipoca (anônimos), Elieser, ficou em quarto lugar na disputa. Para completar, o ganhador levou um Fiat Pulse Abarth, que será lançado somente do segundo semestre de 2022, do mesmo modo do ano passado. Dar um carro que não foi lançado, a Fiat preferiu não alavancar a procura pelo carro com um lançamento agora. Tudo foram escolhas erradas. Cadê a equipe de criação? Pergunta que não quer calar.

Os 22 participantes do BBB22
Imagem: TV Globo/divulgação


 

Votação precisa mudar

Diante de votações massivas, sem limite para uma única pessoa votar, a TV Globo precisa modificar o modo de votação no Big Brother Brasil. Com influenciadores puxando mutirões de votos, pagando equipes gigantescas, criando “fatos” para colunistas e jornalistas da área de entretenimento, é obrigação da emissora alterar esse parâmetro. Hoje é bem fácil entrar em uma rede social e ver o famoso dizendo repetidamente em quem seu seguidor deve votar. Ainda mais agora que famosos milionários estão participando do BBB. Ou muda, ou não veremos mais personagens fora do grupo de “superestrelas” ganhando o programa. O correto seria ter um limite de votação, seja um único voto por CPF, ou um número, por exemplo, 10 votos por dia. Mas do jeito que está hoje, não pode ficar.

Arthur Aguiar. Douglas Silva e Paulo André: Os finalistas
Imagem: TV Globo/divulgação


O motivo da alteração é urgente. Não pode mais deixar as redes sociais tomarem conta das decisões por um participante com chances alavancadas por equipes com vários computadores, levando para o ato condenado dos robôs decidindo o destino do reality show. Já imaginou uma eleição com votos massivos em um candidato político para presidente, governador e prefeito? Não é real ter 700 milhões de votos, como foi a final deste ano, em 2 dias. Que fica bem claro que isso são os robôs atuando fortemente, com apoio de famosos. Criando votação limitada, com certeza Arthur Aguiar não ganharia. Repito: é urgente fazer essa mudança.

Boninho, diretor do BBB
Imagem: TV Globo/divulgação

Paulo Vieira e Dani Calabresa na final do BBB
Imagem: TV Globo/divulgação


Outra mudança que precisa acontecer: as dinâmicas dos dias. O “Jogo da Discórdia” tem que mudar de segunda para sábado, considero o melhor dia para não prejudicar a grade de programação. Nas segundas-feiras a programação fica no sufoco: a novela das 21h termina sempre por volta das 22:45h, vem o BBB com o “Jogo da Discórdia”, puxando a “Tela Quente” (com filmes de duração menores e pouco atrativos) para depois da meia-noite, começando o “Jornal da Globo” por volta da 1:30h da madrugada. O programa “Conversa com Bial” neste dia chegou a ser cancelado, conforme notícias veiculadas na imprensa. Houve um estranhamente da produção do Bial com a do BBB e ficou resolvido que não teriam mais as entrevistas na madrugada de segunda para terça até o término do reality. O problema acomete todos os dias da semana. Terça, com a eliminação, o “Profissão Repórter” (que já vive em horário ingrato há anos) também começa por volta da meia-noite, o mesmo quinta que tem “Lady Night”, onde algumas provas para a conquista da liderança foram além da 1h da madrugada. Na sexta o “Globo Repórter” e a “Sessão Globoplay” com a série “S.W.A.T.” começam a partir das 23:30h. No domingo, com a formação do paredão, prova bate-volta, sempre terminou acima da 1h da manhã.

Lina líder: Scooby, PA e DG desistiram
Imagem: TV Globo/divulgação


Para não ter mais atrasos na programação, a TV Globo tem que adiantar a grade. A solução é simples: “Jornal Nacional” começando no mínimo a partir das 20:15h para a novela das 21h terminar as 22h de segunda a sábado. Claro que diminuir a edição diária do BBB entra no cardápio de oferta para acabar com mal-estar de outras produções. O que não pode é ficar do jeito que está. Algo precisa ser feito, para o bem da grade e de seus contratados ficarem satisfeitos.

 

Participantes famosos

Outro fator que precisa acabar: a participação de famosos milionários. Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos, dono do SBT, não precisa dos R$ 1,5 milhão na sua conta, o mesmo para a cantora Naiara Azevedo e o ator Arthur Aguiar. Todos eles vivem em mansões. O certo está em chamar famosos menos conhecidos do grande público, caso de Douglas Silva, Maria, Linn da Quebrada, entre outros desta edição. Não que haja impulso de um não famoso para ganhar. No BBB21, Juliette não era conhecida, mas ganhou puxando voto para sua vitória. Caso esse que não se repetiu neste ano. E pelo andar da carruagem, no próximo ano terá mais famosos milionários querendo encher seus cofres, que já ganham sem precisar do programa, terão grandes chances de impulsionar votações, sendo muitos por meios artificias (robôs ou contratados para votar). A tendência é de repetição ano a ano caso a direção não modifique quem deve participar: candidatos de redes sociais famosos, ou só pessoas desconhecidas.

Um fato é certo: boa parte dos participantes, desde a primeira edição do Big Brother Brasil, são encontrados por olheiros, amigos e conhecidos da direção, produção, agências inscrevendo por conta própria para alavancar um modelo, pessoas que ganham status nas redes sociais com memes, cursos, influenciadores digitais etc. Pouquíssimos que realmente se inscrevem participam da atração todo início de ano. Se você já fez sua inscrição alguma vez, saiba que suas chances são mínimas para entrar no programa. A seleção, principalmente a atual, dá preferência para os conhecidos de redes sociais. O resto, que mal tem visualizações a contento da produção, não chega a pisar em uma seletiva. Outro fator que precisa mudar para o bem da continuidade da atração.

 

Final demorada e chata

A final do Big Brothers Brasil 22, foi demorada, com edição fazendo histórico do programa e com shows curtos, sem emoção nenhuma. No dia anterior, na segunda-feira, a edição foi só isso: melhores momentos e choradeiras desnecessárias. Começou por volta das 22:45h e terminou à 1 hora da madrugada. Não precisava de tanto. Ou melhor, para a direção precisava: bater recorde de votação. Bateu a edição passada, e ficou ainda em segundo lugar em número de votação geral, perdendo para a edição do BBB20 no paredão entre Prior, Babu Santana e Manu Gavassi com 1,5 bilhão de votos. No total foram 751.366.679 votos computados, maior que a final do BBB21 com 633.284.707 votos. Mas a audiência da final ficou em 26.6 pontos, considerado bom, mas abaixo de finais anteriores.

Jão e Linn da Quebrada na final do BBB
Imagem: TV Globo/divulgação

Linn da Quebrada, a Lina Pereira
Imagem: TV Globo/divulgação

No dia de seu aniversário de 57 anos, a TV Globo lucrou muito com os intervalos comerciais. Com certeza um presente de aniversário pomposo. Praticamente todos os streamings fizeram longas propagandas das suas estreias e novidades para o ano. A Netflix com “Stranger Things”, o Prime Vídeo com “The Boys” e “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”, a Disney Plus com o filme da MarvelDoutor Estranho no Multiverso da Loucura” e anunciando Marcos Mion sendo a nova voz de Buzz Lightyer, entre muitos outros anunciantes de peso.

Antes mesmo de começar o programa, o BBB22 já era considerado o maior lucro da história. Além dos patrocinadores, com cotas fechadas em novembro de 2021, com estimados R$ 601 milhões na conta da TV Globo. Com o final da edição, esse valor deve ter sido bem maior, levando em conta os anunciantes dentro e fora da casa surgidos no decorrer dos 3 meses no ar.

Seja como for, a edição do Big Brother Brasil 22, será esquecível. No próximo ano desejo que melhore em tudo para que o telespectador possa curtir o reality show, vibrar e comemorar um bom entretenimento. O deste ano foi tudo aquilo que não precisávamos. Tem como consertar os erros. Basta boa vontade, o que não ocorreu por decisão da direção e produção da atração já na sua seletiva dos participantes, passando pelas dinâmicas, eventos musicais. E elevar o que deu certo para a continuação do espetáculo televisivo. Que venha um Big Brothers Brasil 23 bem melhor do que foi apresentado este ano.

 

Fontes:

https://gshow.globo.com/realities/bbb/bbb22/rede-bbb/bate-papo-bbb/noticia/no-bate-papo-bbb-maira-cardi-conta-a-arthur-aguiar-que-demitiu-toda-equipe-dele-tem-50-pessoas-novas.ghtml

https://www.uol.com.br/splash/noticias/2022/04/27/demiti-sua-equipe-inteira-e-sofia-sofreu-veja-papo-de-maira-com-arthur.htm

https://www.uol.com.br/splash/noticias/2022/04/27/final-do-bbb-22-e-a-segunda-maior-votacao-da-historia-do-reality.htm

https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/bbb/bbb22-ja-e-o-mais-lucrativo-da-historia-e-globo-ainda-nem-vendeu-todas-cotas-70423

https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/briga-nos-bastidores-com-bbb-22-faz-globo-cancelar-conversa-com-bial-segundas-77722

https://gshow.globo.com/realities/bbb/bbb22/noticia/com-saida-de-jessilane-bbb-tera-primeira-final-so-de-homens-da-historia.ghtml

 

Imagens:

TV Globo/divulgação

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quinta-feira, 21 de abril de 2022

Crítica: Macabro

Por Flávio Dias

Em 1995, dois jovens irmãos são acusados de uma série de assassinatos na Serra dos Órgãos na região de Friburgo no Rio de Janeiro. O Sargento Teo (Renato Góes) é transferido para a sua cidade natal para resolver o caso, após uma operação malsucedida num morro carioca, matando um inocente.




O filme é um grande suspense baseado em fatos reais ocorridos no ano de 1995, incluindo passagens via televisão e manchetes de jornais. Os nomes das personagens foram mudados, mas mantiveram a questão central do tema para a acusação dos irmãos: o racismo. Na localidade havia, segundo o filme, somente a família dos “irmãos necrófilos”, como eles ficaram conhecidos. O tratamento dado no longa é bem explorado. O cabo Everson (
Guilherme Ferraz) chega a falar: “Somos os únicos negros aqui”, em referência a ele e a família dos acusados. “Macabro” faz um interessante ponto de reação dos moradores, indo direto nos negros, não suspeitando de mais ninguém. Além da religião do pai dos garotos, vivido pelo sempre ótimo, mesmo em uma participação rápida, de Flávio Bauraqui como Tião, um homem bêbado e que faz seu ritual religioso escondido na mata.



A direção e roteiro foram certeiros e não desviou o foco da atenção do tema, sem esquecer os assassinatos brutais, misturando realidade dos fatos e ficção. As imagens dos corpos amarrados, ensanguentados podem chocar alguns, mas são bem conduzidas para o desfecho da trama. A fotografia da região da Serra dos Órgãos, ajudou muito na construção da atmosfera de suspense. Por ser um local isolado, com fazendas umas distantes das outras, o diretor Marcos Prado aproveitou todo o cenário natural, explorando com cuidado e com belas cenas, mesmo as mais terríveis de se ver.



É um filme que choca em saber que aquilo realmente aconteceu. Apesar de explicar no fim sobre os fatos reais, deixa em aberto as motivações, sendo alguns citados nas falas no filme, mas nenhum dos relatos são totalmente conclusivos. Entre eles, maus-tratos da população por serem negros e abusos sexuais.



Destaque para o bom elenco: Renato Góes, Guilherme Ferraz, Paulo Reis, Claudia Assunção, Eduardo Tomaz, Diego Francisco, Thelmo Fernandes, Flávio Bauraqui, Osvaldo Mil, Laila Garin, Regiana Antonini, Amanda Grimaldi, Juliana Schalch, entre outros.

Ao término do filme não tem como refletir sobre o tema e o que aconteceu aquele ano de 1995. Parece absurdo, mas é tão atual pensar sobre esses fatos para não acontecerem nunca mais. Está certo que houve mortes brutais, mas nada justifica os atos da população em acusar pela cor da pele, maltratar os garotos; da polícia em fazer acusações e dos próprios garotos ao ponto de matar como forma de acabar com o sofrimento.



 

Macabro ****

Direção: Marcos Prado

Roteiro: Lucas Paraizo, Rita Glória Curvo, Pablo Padilla

Gênero: Suspense

País: Brasil

Ano: 2019

Duração: 105 minutos

Produção: Zazen Produções, Querosene Filmes, 20th Century Fox Brasil, Globo Filmes

Distribuição: Pandora Filmes

Disponível: Globoplay/Telecine


 

 

Fontes:

https://www.adorocinema.com/filmes/filme-277960/

https://www.imdb.com/title/tt10406288/?ref_=fn_al_tt_2

Imagens:

Google

Trailer:

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quinta-feira, 14 de abril de 2022

Kidding: uma série imperdível

 Por Flávio Dias

Demorei muito tempo para ver essa deliciosa série disponível na Globoplay. “Kidding” reúne tudo de melhor em uma série cheia de dramas, comédias e situações inusitadas. A personagem principal Jeff Pickles, vivido por Jim Carrey, faz um programa infantil há mais de 30 anos e sofre com a perda de seu filho Phil, irmão gêmeo de Will, em um acidente de carro. Super amado pelas crianças, Jeff é divorciado, vive em uma quitinete, tenta contornar os problemas da sua família disfuncional.



Cheio de bonecos criados por sua irmã Deirdre (Catherine Keener) e comandado pelo seu pai Seb (Frank Langella), Jeff tenta mudar o rumo do programa, tocando em assuntos espinhosos para as crianças e que nenhum adulto quer ver na TV. A morte e a separação dos pais são alguns assuntos que ele quer tratar, mas seu pai sempre impede, com medo de deixar a audiência abaixo do esperado e não fazendo o Sr. Picles sair do mesmo lugar.



Jeff é um cara certinho, cultiva os mesmos hábitos, o mesmo corte de cabelo e as mesmas roupas. Cansado de fazer sempre tudo igual, tenta mudar a vida à sua volta, mas não consegue se livrar de alguns hábitos, a maioria tolhidos pelo seu pai, sua dependência da ex-esposa Jill (Judy Greer), a distância do filho Will (Cole Allen). Ao mesmo tempo quer dar às crianças toda a verdade sobre assuntos que ninguém quer tocar, escutá-las, coisas que pais não fazem, incluindo o próprio Jeff com o filho. E ainda tem uma raiva interna que explode em certas situações, mas se arrependendo depois. Ou seja, não vai muito longe no ponto onde quer chegar.



A família de Jeff é totalmente disfuncional. Seu pai Seb, um homem durão, frio, não deixa ele sair da personagem em nenhum momento, querendo sempre que seja o Sr. Picles. O mesmo acontece com Deirdre, não deixando suas ideias entrarem no programa. Ela tem uma filha Maddy (Juliet Morris) que pega o pai Scott (Bernard White) no flagra com outro homem, deixando ela sem saber o que fazer, já que o trauma de ser abandonada pela mãe na infância é um peso para ela. O filho de Jeff , Will, passa a usar drogas e tem que conviver com o fantasma do irmão morto. Jill tenta levar a vida após a culpa que leva pela morte de Phil. Entra em um novo relacionamento com o médico Peter (Justin Kirk), mas Jeff está muito presente na sua vida, inclusive fazendo amizade com Peter.


Participações de Ariana Grande e Tara Lipinski

A série tem várias situações com humor para lá de sarcástico. Ao mesmo tempo emociona e faz reflexões sobre a vida. A produção é de Michel Gondry, diretor de filmes como “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, “Sonhando Acordado” e “Rebobine, Por Favor”. Fica evidente a construção da série nas mãos de Gondry. Quem já viu algum filme do diretor, vai logo perceber os traçados dele durante os episódios. Criado por Dave Holstein, um dos roteiristas de “Weeds”, é bem construída, desenvolvida e não desperdiça nenhum ato. Jim Carrey também produz a série.

Ginger Gonzaga como Vivian em Kidding


Três episódios considero destaques imperdíveis: o 6º da 1ª temporada é pura emoção, Jeff convencendo sua namorada Vivian (Ginger Gonzaga) a continuar o tratamento do câncer. Ele faz uma canção no estúdio com seus bonecos do programa. Não tem como não chorar de emoção. O 2º episódio da 2ª temporada, totalmente dentro de um sonho e com canções no mundo da fantasia de seu programa. Questiona quem é Jeff e porque quer salvar a vida de Peter, após um acidente, doando seu fígado. E o último episódio da 2ª temporada, que encerra a série. Termina com Jeff mais centrado, falando a verdade sobre a perda do filho para Jill, tentando ser alguém além do Sr. Picles. Não há final feliz plenamente. Isso não é um spoiler. Tem muitas outras coisas além.



O maior destaque da série com toda certeza é o elenco em super sintonia. Não há desperdício de talentos, além de participações especiais como da patinadora de gelo Tara Lipinski, Ariana Grande cantando em um programa especial do Sr. Picles, Dick Van Dyke emprestando sua voz para um dos bonecos, Annette O’Toole como a mãe de Jeff e Deirdre, entre outros. A série foi indicada ao Globo de Ouro de melhor ator para Jim Carrey e melhor série de comédia ou musical.



Recentemente, ao lançar o filme “Sonic 2”, em cartaz nos cinemas, Jim Carrey anunciou que está pensando seriamente na aposentadoria. Em entrevista para o Access Hollywood, ele falou: “Eu estou falando bem sério. É claro que depende... Se os anjos me trouxerem um roteiro escrito em tinta dourada, dizendo que seria muito importante que as pessoas vissem esse filme, quem sabe eu continue atuando. Mas definitivamente vou tirar uma folga”. Carrey deixou evidente que não vai voltar por qualquer filme. Um roteiro excelente será o impulso maior. E ainda acrescentou: “Eu sinto que – e isso é algo que você nunca vai ouvir de outra celebridade – eu tive o bastante. Fiz o bastante. Já sou o bastante”. Declarou que há possibilidade de participar da biografia da cantora country Dolly Parton, por ser fã, não hesitou de um futuro convite.

Infelizmente a série está de partida da plataforma Globoplay. Dia 16 de abril sai do catálogo as duas únicas temporadas produzidas. Mas se encontrar em outro lugar, não perca tempo e assista. São 10 episódios de 30 minutos cada temporada.


 


Kidding: 1ª e 2ª Temporadas

Criação: Dave Holstein

Direção de todos os episódios: Michel Gondry, Jake Schreier, Minkie Spiro, Kimberly Peirce, Bert & Bertie

Gênero: Série

País: Estados Unidos

Ano: 2018 e 2020

Duração: em torno 30 minutos cada episódio das duas temporadas

Produção: Aggregate Films, Showtime

Disponível: Globoplay até dia 16 de abril

 

Fontes:

https://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-162976/

https://g1.globo.com/pop-arte/blog/legendado/post/2020/07/03/kidding-uma-serie-fofa-absurda-original-e-imperdivel.ghtml

https://www.imdb.com/title/tt7375404/?ref_=ttfc_fc_tt

 

Imagens:

Google

Trailer:

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sábado, 9 de abril de 2022

Elza & Mané: um documentário que vale ouro

 Por Flávio Dias

O documentário da GloboplayElza & Mané: Amor Em Linhas Tortas” é uma produção que vai te emocionar e chocar pela vida e obra dos dois artistas. São muitas histórias cruzadas, com coincidências, dramas da vida da infância até os finitos dias. São imperdíveis os 4 episódios do documentário.

Elza e Garrincha com seu filho

Não é para menos. Elza Gomes da Conceição, a Elza Soares, desde de criança conheceu a luta e não parou nunca, sem desistir de ser uma mulher negra, com infância pobre, casamentos arranjados, mostrar a sua arte musical e viver um amor cheios de altos e baixos. Como esquecer a frase dita para Ary Barroso em seu programa, tentando ridicularizar a aparecia dela, ao perguntar de que planeta ela veio: “Do mesmo planeta que o Senhor, seu Ary. Do planeta fome”. Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha, não foi muito diferente. Conquistou o espaço no futebol, mesmo com suas pernas tortas, viveu uma infância pobre em Pau Grande, distrito de Magé no Rio de Janeiro. A bebida foi uma constante na vida do atleta, o artista do futebol, campeão mundial, não conseguiu driblar o alcoolismo como fazia nos campos.



Foi uma relação conturbada, de muitas idas e vindas, de problemas e situações. Garrincha era casado e tinha 9 filhas quando conheceu Elza. E teve grandes problemas no seu clube, o Botafogo, que não via com bons olhos essa relação. Tentaram inclusive intimidar Elza para acabar com o romance. Nada separou o casal por muitos anos. Enquanto isso, Elza continuou com seus shows, um início difícil, mas aos poucos ganhou espaço.


Elza Soares em entrevista para o documentário


As tragédias foram constantes na vida do casal: perda da mãe em um acidente de carro com Garrincha; perda de um filho em outro acidente de carro; o problema nas pernas de Mané impossibilitando de jogar; o medo da ditadura fazendo mudarem de país para escapar da opressão do governo; Garrincha sem futebol, Elza sem muitos shows. Contaram com a ajuda de amigos para sobreviver e continuarem na luta.

O que mais me chamou atenção no documentário, foram as entrevistas com várias personalidades do mundo do futebol e da música, a maioria não estão no Grupo Globo, coisa rara de se ver em uma produção original para a Globoplay. Destaques para Ruy Castro, biógrafo de Garrincha no livro “Estrela Solitária”, José Trajano, Gerson, Juca Kfouri no esporte. Chico Buarque, Sandra de Sá são presenças constantes; Zeca Camargo, hoje na Band, biografo de “Elza”, foi quem apareceu contanto as histórias da artista. Além dos depoimentos dos filhos dos dois, da neta e da própria Elza Soares, antes de sua morte.

Último show de Elza Soares

O documentário serve para amantes do futebol, da música, ou qualquer um que não é apaixonado pelas duas artes. Eu que não sou nem do futebol e nem sou tão musical, fiquei emocionado pelas histórias dos dois. É uma história triste, com muitas tragédias, reviravoltas de fracasso e sucesso. Uma coincidência marcante, impossível de não se arrepiar: Mané Garrincha morreu no dia 20 de janeiro de 1983 aos 49 anos. Elza Soares morreu no dia 20 de janeiro de 2022 aos 91 anos. 39 anos depois o reencontro da estrela do futebol com a estrela da música. Um documentário que vai fazer qualquer um chorar e admirar esse amor torto, que encanta nos mínimos detalhes. Vale ouro.

Elza & Mané: Amor Em Linhas Tortas *****

Direção: Caroline Zilberman

Roteiro: Caroline Zilberman e Rafael Pirrho

Gênero: Documentário

País: Brasil

Ano: 2022

Duração: 187 minutos total em 4 episódios de 52 minutos, 46 minutos, 41 minutos e 48 minutos (3 horas e 7 minutos)

Produção: Núcleo Doc – Esporte Globo, Globoplay

Disponível: Globoplay




Fontes das imagens:

Google

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